domingo, 25 de novembro de 2007

Falar Portugês Hoje hihihihihih hehehehehehhe

Um pouco de tempo gasto para lêr mas, vale a pena...... hohohohohoh ;)

Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar "afro-americanos" aos pretos, com vista a acabar com as raças por via gramatical - isto tem sido um fartote pegado! Nos hospitais as "criadas" e "ajudantes" passaram a "auxiliares de acção médica" As criadas dos anos 70 passaram a "empregadas" e preparam-se agora para receber menção de "auxiliares de apoio doméstico." De igual modo, extinguiram-se nas escolas os "contínuos " ; passaram todos a "auxiliares da acção educativa". Os vendedores de medicamentos , inchados de prosápia, tratam-se de "delegados de informação médica". E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em "técnicos de vendas". O aborto eufemizou-se em "interrupção voluntária da gravidez" . Os gangues étnicos são "grupos de jovens"; os operários fizeram-se de repente "colaboradores"; e as fábricas, essas, vistas de dentro são "unidades produtivas" e vistas da estranja são "centros de decisão nacionais". O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à " iliteracia " galopante. Desapareceram outrossim dos comboios as classes 1ª e 2ª , para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes "Conforto" e "Turística". A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: « Sou mãe solteira ...» ; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: « Tenho uma família monoparental ...» - eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante. Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas» ; diz-se modernamente que têm um "comportamento disfuncional hiperactivo". Do mesmo modo, e para felicidade dos "encarregados de educação", os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, " crianças de desenvolvimento instável". Ainda há cegos, infelizmente, como nota na sua crónica o Eurico. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado "invisual". (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o "politicamente correcto" marimba-se para as regras gramaticais...) Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em "implementações ", "posturas pró-activas" , " políticas fracturantes" e outros barbarismos da linguagem. E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política»

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

REFLEXÃO